Equipe do CIEJA se reúne com profissionais da APAE

Da esquerda para direita: Roseli (APAE), Profª Marlene  Elias,
Profª Wilma e Supervisora Silmara

          Segundo informações do Ministério da Educação, aproximadamente 70% das crianças e jovens com algum tipo de deficiência estão fora da escola. Um dos fatores que justificam esse nível percentual altíssimo está na dificuldade da sociedade em estimular ações inclusivas a partir da família e do contexto social. A APAE de São Paulo, a partir de um trabalho realizado em 2009 com as unidades escolares, estruturou, em conjunto com o DOT-SME, um projeto de apoio às escolas municipais para o atendimento do aluno com deficiência intelectual. Este projeto visa ao acompanhamento e monitoramento de educandos com necessidades especiais em 101 unidades escolares, além de formação por meio do curso "A gestão como estruturante de uma escola inclusiva".

Curso na APAE (da esquerda para direita: Vírginia e Priscila)

          O CIEJA Clóvis Caitano Miquelazzo é uma das unidades escolares contempladas pelo projeto. Por isso, no dia 21 de agosto, as OPEs Lucia Pedro e Julia Maria participaram na APAE da formação "Qualidade da Educação e a Perspectiva da Inclusão", com a palestrante Virgínia G. O. Marino, e no dia 25 de agosto, quarta-feira, nossos professores Wilma, Marta, Marlene Elias, Ewerton, Cláudia, Joana, a AD Simone, a supervisora Silmara e as OPEs Lucia e Julia, reuniram-se com as profissionais da APAE Roseli e Priscila para discutir alguns casos de educandos assistidos pelas duas instituições, registrando os avanços obtidos e traçando metas para os próximos meses quanto ao desenvolvimento dos mesmos. São os momentos de formação presentes também nas escolas !

Momento de formação
(da esquerda para direita: AD Simone, OPE Julia e Roseli)

Educandos veem peça sobre vida de Lamartine Babo

           

          Na noite do dia 24 de agosto, educandos do CIEJA assistiram à peça Lamartine Babo no CEU Parque Bristol. Dirigida pelo célebre escritor teatral Antunes Filho, a peça percorre os palcos dos CEUs da cidade.

          Lamartine foi autor de várias marchinhas carnavalescas como O Teu Cabelo não Nega e além delas compôs os hinos dos mais tradicionais times de futebol do Rio de Janeiro, como Flamengo, Vasco da Gama e Fluminense.

Saídas Culturais marcam semana do CIEJA

          Durante a semana de 16 a 20 de agosto, os alunos de todos os módulos e turnos participaram de saídas culturais para diversos eventos. Cerca de 150 educandos puderam assistir a um espetáculo, visitar a Bienal do Livro ou apreciar um sarau na Câmara da Cidade de São Paulo.

         

Gipsy, um espetáculo inesquecível

         

          Na tarde do dia 18 de agosto, os alunos da manhã e da tarde, acompanhados das professoras Leny e Marta, assistiram ao musical Gipsy, um clássico da Broadway. O espetáculo é baseado na história real da stripper Gipsy Rose Lee, que apoiada pela sua mãe vive em função de se transformar em uma estrela de teatro.

          Todo o glamour do Teatro Alfa e a participação no elenco de atores da TV encantou os educandos. Segundo o aluno Diego Borges, "parece que a gente estava sonhando".

Bienal do Livro: o CIEJA também marcou presença

          Os alunos do CIEJA, período matutino e noturno, também foram à Bienal do Livro e ficaram encantados com a diversidade de editoras e livrarias que expunham no evento.

          O período noturno visitou a Bienal no dia 18 de agosto e o matutino no dia 19. Os alunos frequentaram os estandes, assistiram pequenas apresentações, compraram livros e conversaram com autores de livros.

          Os educadores também aproveitaram para usar seus vale-livros, distribuídos pela Prefeitura de São Paulo aos profissionais do ensino como forma de incentivo à leitura e à formação. Foram tíquetes no valor de 50 reais utilizados nos estandes dos expositores da feira.

Alunos participam de Coquetel e Sarau na Câmara Municipal

          Na noite de 19 de agosto, acompanhados das professoras Eli, Marlene Elias e Marlene Robles, os alunos visitaram as dependências da Câmara Municipal de São Paulo, onde ocorreu um Sarau lítero-musical para o lançamento dos livros "Poetivivendo” e “Amigos da Sandice", do poeta Anesino Sandice. O evento reuniu poetas de vários pontos da cidade de São Paulo e de outros estados.

A importância educacional das saídas culturais

          As saídas culturais são tão importantes para os alunos jovens e adultos quanto a aprendizagem da escrita, da leitura e do cálculo, pois possibilitam que esses educandos usufruam de bens culturais que, sem o incentivo da escola, eles dificilmente teriam acesso devido às suas condições sócio-econômicas. Dessa forma, toda vez que o nosso educando tem contato com um mundo diverso daquele ao qual está habituado, há a oportunidade de vivenciar novas experiências e ampliar sua visão de mundo. Como disse Dona Celeste, aluna do 4A, "se eu partisse hoje, morreria feliz de ter conhecido tudo isto".

Educandos, Educadores e Comunidade se organizam para a festa dos 10 anos

          Em 2010, O CIEJA Clóvis Caitano Miquelazzo se prepara para comemorar os seus dez anos de presença no bairro. Com esse intuito e sob orientação da Professora Marlene Elias, os alunos, professores e educadores já começaram a fazer os preparativos para a festa.

          Nas oficinas de artesanato oferecidas pelo CIEJA, os educandos e voluntários já começaram a produzir a lembrança dos 10 anos: uma sacola decorada com retalhos e um selo comemorativo.

          E este é só o começo! O tema dos 10 anos estará presente na Mostra Cultural de fim do ano letivo, onde haverá um painel mostrando a história do CIEJA desde sua fundação, além de uma série de outras atividades que estão sendo pensadas e preparadas.

Alunos e Educadores começam a cirandar

Ô cirandeiro, cirandeiro, Ó

A pedra do seu anel

Brilha mais do que o Sol

          No último dia 10, os educadores do CIEJA Clóvis Caitano Miquelazzo iniciaram o projeto de Danças Populares com seus alunos. Dentre muitos objetivos, visa-se resgatar a cultura popular, geralmente presente nos meios de origem dos nossos educandos, trabalhar aspectos corporais do mesmo, com enfoque nos limites e possibilidades de cada pessoa, e sensibilizar para a percepção de ritmos, bem como fazer instrumentos a partir de materiais recicláveis.

Alunos dos Módulos I, II e III

Alunos e professores dançando

Professores: Cláudia, Leny, Ewerton e Wilma

Desafiando limites, descobrindo possibilidades

Quando um limite deve ser aceito?

Quando ele pode ser superado?

          Novo semestre, novas expectativas. Na primeira semana de aula, a partir do texto "Todos somos águias", de Leonardo Boff, os educandos refletiram sobre os limites que nos são impostos e as possibilidades de vencê-los. Durante a reflexão, chegamos às seguintes conclusões:

• nossos limites são muitos, mas inúmeras são nossas possibilidades;
• conhecendo nossos limites, podemos superá-los ou aceitá-los;
• superando nossos limites, estamos abertos a novas possibilidades.

          Abaixo, postamos o texto que foi objeto da nossa reflexão:

Todos somos águias

Ouvi na Alemanha, nos meus tempos de estudante, uma pequena história que não é uma fábula, mas um fato verdadeiro.

Certa feita, um camponês capturou um filhote de águia. Criou-o em casa com as galinhas. A águia se transformou aparentemente numa galinha.

Um dia o camponês recebeu a visita de um naturalista que conhecia os hábitos das águias. Ele disse:

- Esta que está aí não é uma galinha. É uma águia. E a águia não cisca o chão como as galinhas. Ela é chamada a voar alto e estar acima das montanhas.

O camponês retrucou:

- Mas ela virou galinha. Já não voa mais.

Disse-lhe o naturalista:

- Ela não voa agora, mas ela tem dentro do peito e nos olhos a direção do sol e o chamado das alturas. Ela vai voar.

Certa manhã os dois foram bem cedo ao alto da montanha. O sol nascia. O naturalista segurou a águia firme, com os olhos voltados para o sol. E então lançou-a para o alto. E a águia, transformada em galinha, despertou em seu ser de águia. E ergueu voo. Ziguezagueante no começo, depois firme, sempre mais alto e mais alto, até desaparecer no infinito do céu matinal.

Meus queridos amigos de sonho e de esperança: dentro de cada um de nós vive uma águia. Nossa cultura e os sistemas de domesticação nos transformaram em galinhas que ciscam o chão. Mas nós temos a vocação para o alto, para o infinito. Libertemos a águia que se esconde em nós.

Não permitamos que nos condenem à mediocridade. Façamos o vôo da libertação. E arrastemos outros conosco, porque todos escondemos uma águia em nós. Todos somos águias!

Leonardo Boff