Quando um limite deve ser aceito?
Quando ele pode ser superado?
Novo semestre, novas expectativas. Na primeira semana de aula, a partir do texto "Todos somos águias", de Leonardo Boff, os educandos refletiram sobre os limites que nos são impostos e as possibilidades de vencê-los. Durante a reflexão, chegamos às seguintes conclusões:
- nossos limites são muitos, mas inúmeras são nossas possibilidades;
- conhecendo nossos limites, podemos superá-los ou aceitá-los;
- superando nossos limites, estamos abertos a novas possibilidades.
Todos somos águias
Ouvi na Alemanha, nos meus tempos de estudante, uma pequena história que não é uma fábula, mas um fato verdadeiro.
Certa feita, um camponês capturou um filhote de águia. Criou-o em casa com as galinhas. A águia se transformou aparentemente numa galinha.
Um dia o camponês recebeu a visita de um naturalista que conhecia os hábitos das águias. Ele disse:
- Esta que está aí não é uma galinha. É uma águia. E a águia não cisca o chão como as galinhas. Ela é chamada a voar alto e estar acima das montanhas.
O camponês retrucou:
- Mas ela virou galinha. Já não voa mais.
Disse-lhe o naturalista:
- Ela não voa agora, mas ela tem dentro do peito e nos olhos a direção do sol e o chamado das alturas. Ela vai voar.
Certa manhã os dois foram bem cedo ao alto da montanha. O sol nascia. O naturalista segurou a águia firme, com os olhos voltados para o sol. E então lançou-a para o alto. E a águia, transformada em galinha, despertou em seu ser de águia. E ergueu voo. Ziguezagueante no começo, depois firme, sempre mais alto e mais alto, até desaparecer no infinito do céu matinal.
Meus queridos amigos de sonho e de esperança: dentro de cada um de nós vive uma águia. Nossa cultura e os sistemas de domesticação nos transformaram em galinhas que ciscam o chão. Mas nós temos a vocação para o alto, para o infinito. Libertemos a águia que se esconde em nós.
Não permitamos que nos condenem à mediocridade. Façamos o vôo da libertação. E arrastemos outros conosco, porque todos escondemos uma águia em nós. Todos somos águias!
Leonardo Boff
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